Corte de juros nos EUA anima bolsa

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O dólar fechou em queda firme de 1,18% nesta quinta-feira (5), aos R$ 5,571, com dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos fomentando apostas de um corte mais agressivo nos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano). Já a Bolsa brasileira teve alta de 0,25%, aos 136.456 pontos, segundo dados preliminares, amparada pelo desempenho da Vale.

O setor privado dos Estados Unidos abriu 99 mil vagas de emprego no mês de agosto, o menor número em três anos e meio, segundo relatório da ADP. Em julho, foram abertos 111 mil postos de trabalho.

Analistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 145 mil vagas no mês passado.

Na sequência, o Departamento de Trabalho divulgou que os pedidos inicias de auxílio-desemprego caíram para 227 mil na semana encerrada em 31 de agosto, abaixo das projeções de 230 mil.

Os números do mercado de trabalho têm ditado as apostas sobre o ritmo que o Fed poderá cortar os juros na próxima reunião de política monetária, marcada para os dias 17 e 18 de setembro. A taxa está na faixa de 5,25% e 5,50% desde junho do ano passado, o patamar mais restritivo em duas décadas.

Os dados desta quinta, assim como o relatório de emprego Jolts divulgado na quarta-feira, deram fôlego à tese de que a economia dos Estados Unidos está desacelerando mais rapidamente do que o esperado, o que pode levar a autoridade monetária a efetuar um corte mais agressivo no encontro deste mês.

Operadores agora precificam 45% de chances de uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, e 55% de probabilidade de uma menor, de 0,25 ponto, segundo a ferramenta FedWatch.

Com isso, o dólar se desvalorizou globalmente devido à queda dos Treasuries, os títulos ligados ao Tesouro dos EUA, que tornou a moeda menos interessante para investidores.

O rendimento do contrato de dez anos -referência global para decisões de investimento- caiu 0,70%, a 3,731%.

A grande divulgação da semana, porém, está marcada para sexta-feira, quando serão conhecidos os números do "payroll" (folha de pagamento, em inglês) de agosto.