Medidas 'módicas' não garantem meta

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A despeito da conquista de recordes recorrentes de receita, assim como medidas 'módicas', como a que congelou R$ 15 bilhões, em vergas de ministérios, o fato é que a 'volúpia fiscalista' do Executivo é incapaz de garantir um 'ponto de equilíbrio' nas contas públicas. Enquanto a nova investida no 'bolso' do contribuinte não se consuma, o Planalto, além de fazer nova avaliação sobre o desempenho fiscal, prevista para o próximo dia 20, aguarda com 'ansiedade' a aprovação do projeto de lei contendo 'medidas compensatórias' à republicana desoneração da folha de salários, como a captação de recursos de depósitos judiciais; coleta de dinheiro esquecido em contas bancárias e a repatriação de ativos no exterior. Neste caso, uma fonte especializada admitiu a aprovação de tais medidas demandará a edição de normativos, editais e novos programas, além de acionar a Advocacia-Geral da União (AGU).

Levando em conta projeções do boletim Focus, o mercado classifica como 'incerta' a capacidade do governo de alcançar a meta fiscal zero. Em lugar disso, o mercado prevê um déficit de 0,6% do PIB este ano.

A equipe econômica, embora reconheça que o cenário é desafiador, tem pregado que o objetivo será buscado 'a todo custo', disse a fonte. "Para fechar o fiscal este ano vamos fazer um esforço grande, não abrimos mão", afirmou.

A ideia que fica patente, pela observação de um interlocutor independente, é que o compromisso do governo é passar a imagem de desempenho irretocável em matéria fiscal, mas que não encontra 'eco' na análise realista dos especialistas do mercado. Pelo contrário, fica claro que a meta de zeragem do déficit não será atingida.