Por Marcello Sigwalt
Igualmente esquecido (e, por vezes, sequer citado) nos projetos de campanha para o pleito municipal realizado nesse domingo (6), a questão da gestão de resíduos é um desafio ainda não assumido, de fato, pelos gestores, cuja concretização permanece sem qualquer previsão.
Prova disso é que, segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento do Ministério das Cidades, no ano passado, 40% dos resíduos e 15% dos rejeitos produzidos no país não foram reaproveitados ou reciclados, situação que demanda gestão urgente, o que 'joga pressão' sobre os 5.569 prefeitos e seus respectivos mandatos, nos próximos quatro anos.
Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Gesmar Santos, os eleitores devem observar com atenção a forma com que o município trata a questão do saneamento e se esta questão vital de sustentabilidade econômica tem relevância entre as propostas apresentadas pelos candidatos.
Segundo Santos, "o candidato a prefeito tem que lembrar que ele tem mecanismo de busca de recursos para aprimorar a gestão e tem obrigações como a de gerenciar os resíduos sólidos, de fazer a coleta seletiva, fazer a inclusão de catadores e buscar financiamento para os projetos".
Mesmo que o serviço de limpeza urbana cobre 93% da população brasileira, o destino final dos resíduos permanece uma dívida social altíssima. Pelos cálculos, do presidente da Abrema, Pedro Maranhão, "ainda existem aproximadamente 3 mil lixões no Brasil. É a estimativa que temos entre aterro inadequado, depósito a céu aberto, valas e tudo mais o que consideramos lixões".