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Recuperação de fronteiras é um desafio

Em consulta a especialistas sobre o tema, a Agência Brasil descobriu que, nestas regiões distantes dos grandes centros urbanos, há falta de projetos para o desenvolvimento econômico local, que acaba se tornando um fator que emperra um combate mais efetivo, tanto ao contrabando, quanto ao crime organizado.

O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), Luciano Stremel Barros, atribui o atraso econômico de regiões fronteiriças ao fato de estas terem sido as últimas a receberem investimentos. "Você tem problemas de infraestrutura e de falta de atividades que sejam bastante significativas. Com isso, esses municípios acabam tendo dificuldade de fixar uma mola propulsora do desenvolvimento", avalia.

Como forma de compensar o 'esquecimento' dos municípios fronteiriços, Barros entende que as gestões municipais podem, em parceria com os governos federal e estadual, potencializar o turismo nas fronteiras, que vão desde os Pampas gaúchos, passando pelo Pantanal, até a Amazônia.

"Há um grande potencial turístico nessas áreas que pode ser mais explorado, como o turismo de pesca. Esses biomas não estão só no Brasil, eles perpassam pelos outros países", destaca Barros.

Levando em conta a triste realidade de que o país se tornou 'rota do tráfico internacional da cocaína e da maconha' da Bolívia, Peru, Colômbia e Paraguai, o crime organizado se fixa nos municípios de fronteira, a ponto de se infiltrar nas estruturas estatais locais. (M.S.)