Por:

Focus agora eleva IPCA para 2024, a 'conta-gotas'

Por Marcello Sigwalt

Sistemático, o mercado financeiro adotou uma estratégia de previsão gradualista para a inflação, a reboque da perspectiva, cada vez mais factível, de elevação consistente da taxa básica de juros (Selic) até o final deste ano, que deve continuar nos primeiros meses do próximo.

Prova disso é o que o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - elevou, de 4,38% para 4,39% sua projeção para o IPCA de 2024. Já para 2025, a banca 'apostou' num recuo, igualmente módico, de 3,97% para 3,96%, enquanto manteve nos mesmos 3,60% e 3,50% anteriores a estimativa para 2026 e 2027, respectivamente.

Também 'ínfima' (de 3,0% para 3,01%) foi a alta dada pelo boletim para o PIB deste ano, que, no entanto, repetiu em 1,93% o avanço da economia para o ano que vem, o mesmo valendo para 2026 e 2027, que continuaram em 2,0%.

Quanto ao custo do dinheiro pago pelo cidadão, o Focus foi mais comedido, ao manter nos 11,75% ao ano, anteriores, a previsão da Selic (taxa básica de juros), embora esta tenha subido, de 10,75% ao ano para 11% ao ano, com relação a 2025. Para 2026, esta continuou em 9,5% ao ano e em 9% para 2027.

Referência primeira para a 'qualidade' da gestão fiscal, a expectativa do Focus para 2024 e 2025 se manteve em déficits de 0,60% do PIB e em 0,73% do PIB, respectivamente.

Já a dívida pública do setor público foi mantida nos mesmos 63,50% do PIB anteriores e em 66,50% do PIB, para 2024 e 2025, respectivamente. A estimativa para 2026 recuou para 69,14% do PIB.

Pequena queda teve o superávit da balança comercial para 2024, que passou de US$ 80,05 bilhões para US$ 80 bilhões; de US$ 76,19 bilhões para US$ 76,06 bilhões, para o ano que vem, mas continuou em R$ 78 bilhões para 2026, e em US$ 80 bilhões para 2027.