Por Marcello Sigwalt
A reboque da interrupção do ciclo de alta observada pela pesquisa 'Produtividade na Indústria', com a queda de 1,4% da produção industrial no primeiro trimestre do ano (1T24), a produtividade do setor apresentou relativa estabilidade, ao cai 0,3% no segundo trimestre deste ano, ante o trimestre anterior (2R24/1T24). Os dados foram divulgados, nessa quinta-feira (17), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Calculado como a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção, a performance praticamente estável do indicador pode ser entendida, se observado o ritmo semelhante de crescimento das variáveis que o compõem, pois houve aumento de 0,9% na produção e de 1,3% nas horas trabalhadas.
Na avaliação da especialista da CNI, Samantha Cunha, "esse comportamento reflete acomodação das horas trabalhadas, que cresceu a um ritmo menor que o apresentado no primeiro trimestre do ano, acompanhada de manutenção do ritmo de alta da produção.
Outro ponto destacado pelo levantamento é no sentido de que a demanda interna por bens manufaturados tem crescido nos últimos três trimestres, o que pressupõe que há potencial de a produção industrial nacional continuar crescendo, pois parte da demanda vem das importações.
De todo modo, persiste a sinalização de recuperação do indicador, quando a produtividade é medida pelo número de trabalhadores, com a elevação de 0,4% da produtividade do trabalho no segundo trimestre do ano (2T24), ante o anterior (1T24), o melhor resultado do indicador desde o segundo trimestre de 2022 (2T22). Na visão da confederação, as medidas recentes, anunciadas pelo governo federal, são relevantes para o crescimento sustentável.
