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Senacon abre processo contra a Enel

'Xerife' do Executivo, em matéria de interesse público, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) anunciou a abertura de processo administrativo para que sejam investigados 'fatos' e 'provas' exibidas pela distribuidora Enel, no que toca ao impacto da falta de energia na região metropolitana de São Paulo, que deixou às escuras, 3 milhões de paulistanos, atingidos por uma tempestade de chuvas e ventos de até 107 quilômetros por hora. A intenção do órgão do Ministério da Justiça é no sentido de medir a eficácia dos 'canais de comunicação' da companhia, para equacionar o problema.

A decisão da secretaria ocorre após esta notificar a distribuidora por duas vezes seguidas, no prazo de uma semana. Após cinco dias, o órgão recebeu respostas incompletas, no que se refere à falta de energia, os canais de atendimento disponíveis e os planos emergenciais para restabelecer o fornecimento de eletricidade, o que consolidaria um 'diagnóstico completo' do evento.

Como a ocorrência do apagão é recorrente, a Senacon quer saber da Enel a respeito da adoção de medidas preventivas, como plano de contingência e o plano de reparação aos consumidores afetados pelos apagões do ano passado. Já em relação a 2024, as demandas do órgão se referem à manutenção da rede, a poda de árvores e possíveis falhas na prestação do serviço.

Em nota, o titular da Senacon, Wadih Damous, frisou que destacou que "eventos climáticos extremos, embora desafiadores, não podem servir como justificativa para a falta de planejamento e resposta adequada de empresas concessionárias".

Elevando a temperatura de 'indignação' do Planalto com o problema, seu mandatário-mor reagiu: "Temos árvores que podiam ser podadas e não foram. Era o mínimo que prefeito deveria fazer". A exemplo do auxílio prestado aos atingidos pela tragédia no Rio Grande do Sul, o chefe do Executivo avaliou que a população paulista afetada teria direito ao um programa de crédito similar.

O mandatário estimou em 850 mil pessoas o contingente de afetados com a falta de energia elétrica em seus domicílios. "Temos 250 mil comerciantes que têm direito ao Pronampe", concluiu. (M.S.)