Orçamento das capitais totaliza R$ 324 bilhões
Além do voto em si, o cidadão deve fiscalizar uso do dinheiro público
Por Marcello Sigwalt
De modo geral, relegado a segundo plano nas discussões políticas que precedem o pleito, como o desse domingo (6), o orçamento público a ser 'abocanhado' pelos administradores municipais (eleitos ou reeleitos), sob supervisão dos respectivos vereadores, é tema de primeira grandeza a ser considerado (e cobrado) pelo cidadão. Basta saber que as 26 capitais brasileiras sujeitas ao crivo eleitoral respondem hoje por um montante orçamentário astronômico de R$ 324 bilhões,
A cifra portentosa integra levantamento elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que permite observar o grau de concentração de recursos públicos em determinadas regiões, uma vez que, somente a capital paulista deverá deter R$ 112 bilhões (quase um terço) do total mencionado.
Nesse ranking, depois do Rio de Janeiro, com R$ 46 bilhões, aparece Brasília, Capital federal, com um orçamento de R$ 32 bilhões, seguido por Belo Horizonte, com R$ 20 bilhões e Fortaleza, com R$ 13 bilhões.
Apesar de impressionante, tal montanha de dinheiro, sempre é bom lembrar, não está à mercê dos prefeitos eleitos, pois o orçamento municipal, como o das demais esferas (estadual e federal) está sujeito ao crivo das câmaras municipais. Isso sem contar com o fato de que tais verbas já viriam 'carimbadas' por despesas obrigatórias - como aquelas relativas ao pessoal - o que, naturalmente restringiria seu uso pelas Prefeituras.
Polo oposto
Em polo diametralmente oposto, aqueles municípios situados em cidades brasileiras na fronteira do país com os vizinhos Paraguai, Venezuela, Bolívia ou Argentina, padecem de desafios sociais e econômicos crônicos, que vão, desde uma evasão escolar acima da média nacional, até a presença de poderosas organizações do crime organizado, quando não tem sua economia baseada no contrabando.