Energia 'turbina' salto de 0,44% do IPCA em setembro

Insumo saiu de uma deflação 2,77% para uma alta de 5,36%

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Por Marcello Sigwalt

O salto descrito pela energia elétrica residencial - que saltou de uma deflação de 2,77% para um avanço expressivo de 5,36% - foi o grande 'vilão' da alta de 0,44% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), na passagem de agosto para setembro, conforme dados divulgados, nessa quarta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística). Outro grupo, também em ascensão, foi o de Alimentação e bebidas, que cresceu 0,50%, em igual comparativo, após registrar dois meses seguidos de queda. Como resultante, a inflação acumulada no ano atingiu 3,31% e a 4,42%, nos últimos 12 meses.

Ao comentar a influência da elevação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 no grupo habitação, o gerente da pesquisa, André Almeida avalia que "a mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta. A bandeira vermelha patamar um acrescenta R$ 4,46 aproximadamente a cada 100kwh consumidos", explica. O item exerceu impacto de 0,21 p.p. no índice geral de setembro.

Igualmente em elevação, o grupo de Alimentação e bebidas subiu 0,50%, pressionado pelo aumento de preços na alimentação no domicílio (0,56%), após dois meses de recuos consecutivos. Para Almeida, tal resultado refletiu, em grande parte, o aumento nos preços da carne bovina e de algumas frutas, como laranja, limão e mamão. "Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta", comentou o gerente.