Ipea: inflação em setembro afeta mais a renda menor

Taxa saltou de uma deflação de 0,19% para uma alta de 0,58%

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Por Marcello Sigwalt

O pleito municipal nem terminou - com segundo turno em diversas cidades, a exemplo da maior delas, a Capital paulista - mas a disparada inflacionária já é sentida por todas as faixas de renda, sobretudo as menos favorecidas, como aponta o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nessa terça-feira (15).

Segundo o estudo, para os domicílios com renda mais baixa, a taxa de inflação saltou de uma deflação de 0,19% em agosto, para uma alta de 0,58%, em setembro. Já para aquelas famílias de renda mais elevada, o indicador avançou de 0,13% para 0,33%, no mesmo comparativo.

Levando em conta o acumulado do ano, tal disparidade se torna ainda mais flagrante, em que a renda mais baixa arca com uma inflação de 3,43%, ante os 2,92%, aos mais aquinhoados financeiramente. Mas se o critério for o acumulado dos últimos 12 meses, as famílias de renda média baixa registram menor variação inflacionária (4,28%), em comparação com às de renda mais alta (4,72%).

A pesquisa do Ipea mostrou, também, que os grupos alimentos e bebidas e habitação responderam pela 'descompressão inflacionária', referente a quase todos as faixas de renda. Desta forma, enquanto as famílias de renda mais baixa sofreram maior impacto da elevação dos alimentos no domicílio e das tarifas de energia elétrica, aquelas de renda alta - em que pese os reajustes das passagens aéreas - encararam uma aceleração inflacionária menos intensa no período, face à menor contribuição dos aumentos dos alimentos e da energia.

O clima adverso se refletiu nos aumentos das carnes (3%) e das frutas (2,8%).