CNI: carga tributária é o maior 'vilão'
Por Marcello Sigwalt
Peso cada vez mais insuportável para quem produz, de fato, no país, a carga tributária é o problema número um, enfrentado pela indústria no terceiro trimestre do ano (3T24), em que 29,2% dos industriais a consideraram o maior entrave ao crescimento do setor. Esta foi a principal conclusão da pesquisa Sondagem da Indústria da Construção, divulgada nessa segunda-feira (28), de forma conjunta, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o que dá o tom da insatisfação da atividade com relação às condições financeiras das empresas.
Desse modo, a percepção dos empresários da construção sobre a situação financeira das companhias acusou piora no 3T24, o que é atestado pela queda, em um ponto, para 47,7 pontos, nesse quesito, na passagem do segundo (2T24) para o terceiro trimestre.
Na segunda posição, vêm empatados os quesitos 'a falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados' e a 'taxa de juros elevada', assinalados por 25,4% dos empresários. Já o índice que mede a insatisfação com o lucro operacional recuou 0,2 ponto, no mesmo comparativo trimestral, caindo para 45,4 pontos.
Na mesma toada 'insatisfatória', igualmente no 3T24, se deteriorou a percepção do aumento do preço médio de insumos e matérias-primas, mesmo que o indicador, nesse caso, tenha ficado em 61,3 pontos.
O índice de facilidade de acesso ao crédito avançou 1,2 ponto no 3T24 trimestre (40,3 pontos), revelando dificuldade para obter esses recursos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção cresceu 1,2 ponto em outubro, chegando aos 54,5 pontos, segundo maior valor do indicador em 2024.
Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, "essa alta da confiança se dá muito por conta das expectativas, que estão bastante positivas com relação aos próximos seis meses, enquanto a avaliação das condições atuais, que vinha negativa, passou para um patamar de neutralidade, demonstrando que não houve piora no desempenho das empresas e da economia, na avaliação dos empresários".