Focus: pela 1ª vez, projeção do IPCA estoura teto da meta
Para o mercado, inflação chega a 4,55% este ano; PIB vai a 3,08%
Por Marcello Sigwalt
Pela primeira vez, desde o início da escalada inflacionária, a projeção do IPCA (índice oficial de inflação) para este ano, pelo boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - consolidou o 'estouro' do teto da meta de inflação (4,5%), passando de 4,5% para 4,55%, a quarta semana de alta seguida.
Até mesmo o chamado 'horizonte relevante' - eufemismo tecnocrático para remeter ao prazo levado em conta, para definição da taxa básica de juros (Selic) - para 2025, cresceu de 3,99% para 4,00%, enquanto para 2026 e 2027, a estimativa permaneceu em 3,60% e 3,50%, respectivamente.
Mais moderada foi a 'aposta' da banca para a economia para 2024, que subiu de 3,05% para 3,08%, mas manteve, para o ano que vem, a previsão em 1,93%. Também estáveis em 2% ficaram as projeções para 2026 (há 64 semanas) e 2027 (há 66 semanas).
Embora continue avançando sua expectativa sobre a inflação, o Focus 'segurou' a Selic em 11,75% ao ano para 2024, o mesmo valendo para o ano seguinte, mantida em 11,25% ao ano, e para 2026 (9,50% ao ano) e 2027 (9,0%).
Igualmente 'imexível' ficou a estimativa do mercado com relação ao resultado primário, estacionado em -0,60% do PIB (pela 8ª semana seguida), assim como para 2025 (-0,70% do PIB), 2026 (-0,50% do PIB) e 2027 (-0,30% do PIB), pela quinta semana seguida.
Já os prognósticos para a dívida pública do setor público continuaram nos mesmos 63,50% do PIB, para este ano, em 66,68% do PIB, para 2025, em 69,22% do PIB, para 2026.
O mercado baixou, de US$ 78 bilhões para US$ 77,95 bilhões o superávit comercial para 2024, e subiu de 76,09 bilhões para US$ 76,80 bilhões, para 2025.