Pressão cambial derruba o Ibovespa
Em dia de retomada da pressão no câmbio, o Ibovespa lutou até o início da tarde, mas não conseguiu segurar a linha dos 131 mil pontos, convergindo para os 130.729,93 pontos, em baixa de 0,37% no fechamento. Nesta terça-feira, oscilou dos 130.693,36 aos 131.764,70 pontos, saindo de abertura aos 131.214,17 pontos. O giro financeiro permaneceu moderado na sessão, a R$ 17,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda avança 0,64%, cedendo 0,82% no mês e 2,58% no ano.
Enquanto aguarda a definição do governo sobre cortes de gastos, tanto o dólar como a curva de juros doméstica se mantiveram em alta, refletindo também ambiente externo um pouco mais crispado.
A expectativa de que o republicano Donald Trump venha a sair vitorioso na próxima terça-feira, dia 5, da eleição presidencial norte-americana pode trazer efeitos para o ritmo de redução de juros nos EUA, frente à possibilidade de mais déficit e inflação na maior economia do mundo - o que resultaria em ritmo mais cauteloso de cortes pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano.
"O mercado está se preparando para uma vitória de Trump. Eventual vitória dele deve resultar em fortalecimento do dólar, e também em inflação e juros americanos mais altos por mais tempo. Por sua vez, a democrata Kamala Harris, sem um Senado a seu favor, não conseguiria promover muitos ajustes", diz Keone Kojin, economista da Valor Investimentos, destacando o elevado grau de incerteza e aversão a risco que prevalece no momento, e que deve prosseguir no curtíssimo prazo.
Aqui, a atenção se volta à indicação de que o governo anuncie em breve os prometidos cortes de gastos. No período da tarde desta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que voltará a se reunir na quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas acrescentou não haver data definida para que o pacote de ajuste seja anunciado. As declarações fizeram pouco para conter a pressão vista desde mais cedo especialmente no câmbio, mas também na curva de juros. No fechamento, o dólar à vista mostrava alta de 0,92%, a R$ 5,7616, com máxima na sessão a R$ 5,7672.