Por Marcello Sigwalt
Atestado da resiliência inflacionária, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), também conhecido como 'prévia da inflação', avançou 0,62% em novembro corrente, depois de subir 0,54% no mês anterior, divulgou, nessa terça-feira (26), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Agora, o índice agora acumula alta de 4,35% e de 4,77% nos últimos 12 meses - superando os 4,47% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores - consolidando um distanciamento crescente, tanto em relação à meta de inflação do ano (3%), quanto ao teto desta (4,5%), conforme fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em novembro de 2023, a taxa havia sido de 0,33%.
Para a nova elevação do indicador, o instituto apontou a contribuição decisiva do grupo 'Alimentação e bebidas', que variou 1,34% e teve peso de 0,29 ponto percentual (p.p.) no resultado geral, além de superar a variação de 0,87%, de outubro.
Exceto a Educação - que recuou 0,01% - todos os demais grupos (oito) de produtos e serviços pesquisados exibiram elevação. Além da Alimentação, os grupos Despesas Pessoais (0,83% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,82% e 0,17 p.p.) completam o ranking da carestia.
No grupo Alimentação, as maiores pressões vieram da alimentação no domicílio, de 0,95% para 1,65%, de outubro a novembro, com maior contribuição do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%). Entre as carnes, o 'vilão' foi o acém (10,02%), em contraponto às quedas da cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).
Já a alimentação fora do domicílio caiu de 0,66% para 0,57%, no mesmo comparativo mensal, devido à elevação 'menos intensa' da refeição (de 0,70% em outubro para 0,38% em novembro).