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Pacote dá 'indigestão' na bolsa: -2,4%

Com o dólar em nova marca inédita, a R$ 6 durante a sessão, o Ibovespa se curvou à aversão a risco posterior ao pacote fiscal que, além do câmbio, colocou pressão extra na curva de juros doméstica, conduzindo o índice da B3 ao menor nível de fechamento desde 28 de junho, então aos 123,9 mil.

Mesmo parte das ações com correlação positiva ao dólar, como Vale (ON -1,03%) e Petrobras (ON -1,67%, PN -1,03%), foram incapazes de segurar a Bolsa nesta quinta-feira de feriado de Ação de Graças nos EUA, sem negócios em Nova York.

Ao fim, o índice mostrava queda de 2,40%, aos 124.610,41 pontos, entre mínima de 124.389,63 (-2,57%) e máxima de 127.667,73, quase idêntica à abertura (127.667,40). O giro foi a R$ 27,7 bilhões, muito consistente para um dia sem a referência de Wall Street.

O detalhamento das iniciativas do governo para entregar uma "economia" de R$ 70 bilhões em recursos públicos nos próximos dois anos foi incapaz de melhorar o humor dos investidores.

Para Felipe Miranda, CEO e co-fundador da Empiricus, a economia pretendida pelo governo na prática tende a ser menor, algo entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões.

O plano do governo "carrega fragilidades que comprometem sua eficácia a longo prazo", diz Guilherme Jung, economista da Alta Vista Investimentos. "A profundidade das medidas e suas compensações deixam sérias dúvidas sobre a viabilidade fiscal e a sustentabilidade econômica do País", acrescenta o economista, para quem, os cortes estão "muito aquém do necessário para estabilizar a crescente relação dívida/PIB".