Os juros futuros subiram com força, com ganho de inclinação para a curva, uma vez que as taxas longas mostraram um ritmo mais acelerado do que as curtas. A dinâmica foi estabelecida logo pela manhã com os dados fortes do PIB, que reforçaram a leitura de um Copom agressivo no atual ciclo de política monetária, num contexto de deterioração do cenário fiscal. A curva voltou a precificar Selic terminal a 15%.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 13,99%, de 13,88% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 em 14,26%, de 14,08%. O DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 14,10% (de 13,87%).
O ganho de inclinação - as taxas longas chegaram a subir mais de 30 pontos -, foi puxado pela aversão ao risco com o cenário local. Assim o exterior, onde o dólar operou em baixa e os juros dos Treasuries estiveram bem comportados, ficou em segundo plano. O quadro fiscal complexo somado à leitura do PIB do terceiro trimestre representa grande desafio para o Banco Central reancorar as expectativas de inflação.
A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre, na margem, para nível recorde dentro da série iniciada em 1996 pelo IBGE. O resultado veio ligeiramente acima da mediana das estimativas (0,8%).
Pelo demanda, o principal impulso veio do consumo das famílias ( 1,5%), que também alcançou novo ápice no período, refletindo a melhora no mercado de trabalho. Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços (0,9%) subiu a novo pico. Apesar da exuberância, o PIB foi lido sob a ótica dos efeitos sobre a inflação e juro, já pressionados.