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Bolsa 'atropela' alta do dólar: 0,72%

Mesmo com o dólar agarrado à marca de R$ 6 pelo terceiro dia seguido, o Ibovespa subiu 0,72% nesta terça-feira, aos 126.139,20 pontos, alternando perdas e ganhos nas últimas quatro sessões: intervalo dentro do qual tocou os 124,6 mil pontos, na mínima desde 28 de junho no fechamento da quinta-feira (28), então no piso de cinco meses.

Hoje, o índice da B3 oscilou dos 125.233,45 aos 126.417,20 pontos, saindo de abertura aos 125.235,46. O giro ficou em R$ 21,8 bilhões na sessão. Na semana e no mês, o Ibovespa sobe 0,38%. No ano, cai 6,00%.

o PIB do 3º trimestre teve alta de 0,9%, acima do esperado para o período. Tanto o câmbio como a curva de juros operaram em alta pela manhã. A curva do DI manteve a tendência até o fim do dia, mas o câmbio se acomodou à tarde, com o dólar à vista em baixa de 0,16%, a R$ 6,0584, no fechamento da sessão.

"A combinação de um mercado de trabalho aquecido, condições de crédito mais favoráveis e o impulso fiscal explicam essa expansão mais forte da economia ao longo de 2024", diz Rafael Perez, economista da Suno Research, casa que elevou para 3,4% a projeção de alta para o PIB de 2024. "O bom desempenho do consumo das famílias está ligado ao mercado de trabalho aquecido, com o desemprego em mínimas históricas", o que contribui para o "crescimento dos rendimentos do trabalho e da massa salarial, além das melhores condições de crédito e da expansão das transferências sociais", acrescenta Perez.

A despeito da relativa cautela prevalente em parte dos ativos, o Ibovespa teve um dia de alívio, embora ainda se mantenha em "tendência de baixa e, por análise técnica, seja necessária uma confirmação de fim do movimento de queda", observa Inácio Alves, analista da Melver.

"Os dados do PIB, levemente acima do esperado, reforçam a avaliação do mercado de que, na reunião da próxima semana, o Copom, provavelmente precisará ser mais duro para conter a pressão inflacionária em uma economia bastante aquecida", diz Fabrício Norbim, especialista da Valor Investimentos. De outro lado, os dados de atividade não aliviam os receios quanto ao risco fiscal.