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Estabilidade financeira do país sob risco, aponta estudo do BC

Pesquisa do BC amostra preocupação com a 'explosão' dos gastos federais | Foto: Reprodução site sindsascgdf

Por Marcello Sigwalt

O flagrante descontrole fiscal, agravado pela explosão de gastos federais, constitui o maior risco à estabilidade financeira do país, nos próximos três anos. A percepção forma consenso entre as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC), conforme consta da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF), divulgada trimestralmente, pela autarquia.

Maior preocupação do momento, para 42% do universo abordado pelo estudo, o risco fiscal manteve o mesmo patamar exibido pela pesquisa anterior, uma vez que, em agosto, a proporção chegou a 41%.

Depois da 'alarmante' questão fiscal - que cria incertezas quanto à sustentabilidade da dívida pública, do arcabouço fiscal e respectivos impactos nos preços dos ativos e na política monetária [juros]" - as instituições elegeram com segunda maior preocupação os riscos internacionais, citados por 27% delas, ao mencionarem as eleições nos Estados Unidos, a escalada dos conflitos geopolíticos, a desaceleração da economia chinesa e a política monetária, além da atividade econômica ianque. Neste caso, também houve avanço ante agosto, quanto o quesito foi apontado por 23% dos ouvidos. Já a terceira posição coube à dupla 'risco de inadimplência' e 'atividade econômica interna', indicado por 12%, replicando a pesquisa de agosto.

Sobre esta terceira preocupação, o BC avalia que ela pode ser considerada 'limitada' e com impacto médio sobre o sistema financeiro. Mas para as instituições, a relevância do item se refere à probabilidade de alavancagem (expansão de dívidas) e inadimplência de famílias e empresas e impactos do aperto monetário decorrente da alta dos juros. Ao mesmo tempo, as instituições financeiras admitiram ter visão positiva sobre o crescimento econômico.