Os juros futuros encerraram a quinta-feira em alta, mais pronunciada nos vencimentos de curto e médio prazos, reduzindo a inclinação para a curva. A aprovação do pedido de urgência aprovado ontem pela Câmara para a tramitação das duas propostas do pacote fiscal conseguiu produzir alívio da curva até meados da tarde, mas depois o efeito se esvaiu e o mercado começou a sentir o impacto de uma série de revisões para Selic divulgadas nesta véspera de data crítica para a inserção de projeções no Boletim Focus. O dólar também reduziu a queda, rodando na casa de R$ 6.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,19%, de 14,12% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 14,33% para 14,43%. O DI para janeiro de 2029 terminou em 14,14%, de 14,10%.
Apesar da piora na etapa vespertina, a curva continuou se reduzindo a inclinação, embora com perda qualitativa ante o que se via pela manhã, com todas as taxas em baixa, mais acentua na ponta longa. O aval da Câmara para uma tramitação mais acelerada dos projetos encaminhados pelo Executivo serviu de argumento para um ajuste à escalada das taxas vista recentemente.
O economista e head de Alocação da W1 Capital, Victor Furtado, afirma que a possibilidade de as propostas andarem de forma direta, sem passar pelas comissões, mostra o senso de urgência por parte do Legislativo que o mercado cobrava do Executivo, que parece ter utilizado a medida do aumento da isenção da faixa do Imposto de Renda para R$ 5 mil como uma "máscara", dentro do pacote de corte de despesas.