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Acordo garante fluxo extra de R$ 94 bi

Por Marcello Sigwalt

Um fluxo adicional de R$ 94,2 bilhões, o que corresponde a um acréscimo de 5,1% no comércio do Brasil com o bloco europeu, e de R$ 37 bilhões adicionais ao PIB (Produto Interno Bruto) ou 0,34% da economia nacional. É o que estimou o governo federal, em decorrência do novo acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

Levando em conta o fato de que a redução das tarifas de importação entre a UE e o Mercosul é gradual, o maior impacto econômico da medida deverá ser sentido apenas em 2044. Em outra projeção, a redução tarifária poderá elevar, em R$ 42,1 bilhões, as importações da UE e avanço de R$ 52,1 bilhões das exportações brasileiras para o bloco europeu.

Para o professor Giorgio Romano Schutte, o acordo está melhor que o negociado em 2019, uma vez que o Brasil colocou salvaguardas ao setor automotivo, de modo a impedir que as importações de carros europeus prejudiquem a indústria tupiniquim.

Schutte lembra que a China possui uma corrente comercial com o Brasil superior à dos 27 países da UE, somados com os EUA. "O impacto não é assim tão rápido, mas com esse acordo você aumenta o comércio. Além disso, com o acordo, aumenta o poder de negociação com a China e os Estados Unidos. Tem um elemento político, para além do econômico. Agora, algumas poucas empresas brasileiras e do Mercosul vão conseguir aproveitar para fazer negócios na União Europeia, com certeza", completa. Haverá aumento de R$ 13 bilhões em investimentos no país este ano.