Os juros futuros começaram a semana do Copom sob nova rodada de forte alta, conduzida pelo aumento do pessimismo com o cenário inflacionário que deve demandar ação ainda mais firme do Banco Central na Selic.
O avanço das medianas de IPCA, PIB e Selic trazidas pelo Boletim Focus já afetava as taxas pela manhã, mas atualizações de revisões que saíram ao longo do dia elevaram a pressão. A falta de evolução nas questões fiscais e, em menor magnitude, o avanço dos rendimentos dos Treasuries contribuíram para a escalada. O dólar em queda ajudava a limitar a abertura da curva, mas depois a moeda americana passou a subir.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,59%, de 14,41% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2027 saltou de 14,76% para 15,02% e a do DI para janeiro de 2029, de 14,46% para 14,68%.
Apesar da postura fiscal mais proativa e uma política monetária mais frouxa indicada pela China, que em tese ajudaria economias emergentes, o mercado de juros viveu mais uma sessão trevosa, principalmente no trecho intermediário da curva, que capta os efeitos da atual trajetória da Selic.
Para o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, o mercado está colocando "preços de crise" para 2025 e na hipótese de a Selic subir até aos quase 16% precificados na curva "a economia vai afundar" em 2026. "Vai ter uma pressão muito grande sobre a atividade econômica que pode colocar o país numa recessão", afirmou. No meio da tarde, a precificação de Selic terminal já era de 15,83%.