Por Marcello Sigwalt
A eleição já passou, saiu o pacote fiscal, mas o desajuste das contas públicas continua 'vitimando' o consumidor-contribuinte eleitor tupiniquim, uma vez que a projeção do boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano voltou a subir, desta vez, de 4,71% para 4,84%, consolidando o previsível 'estouro' da meta de inflação de 2024, cujo teto é de 4,5%, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Comprovando a 'escalada inflacionária', o 'horizonte relevante' de 2025 do IPCA - referência para a gestão monetária pela autarquia - igualmente foi ampliado, de 4,40% para 4,59%. Em 'toada' semelhante, a estimativa para 2026 cresceu de 3,81% para 4%, e de 3,50% para 3,58%, para 2027.
Ratificando a chamada 'inflação de demanda', o prognóstico para o PIB deste ano subiu de 3,22% para 3,39%; elevado de 1,95% para 2%, em 2025, mas foi mantido em 2% para 2026 e 2027.
No que se refere ao custo do dinheiro, a banca projetou alta, de 11,75% ao ano para 12% ao ano para a Selic (taxa básica de juros) de 2024, reforçando a expectativa de nova alta do indicador, por parte do Copom (Comitê de Política Monetária), na reunião dupla, na próxima quarta e quinta-feiras (10 e 11), em que o indicador deve chegar a 12% ao ano. Para 2025, a elevação foi de 12,63% ao ano para 13,50% ao ano; e de 9,50% ao ano para 10% ao ano, para 2026.
O resultado primário para este ano continuou estável em um déficit de 0,50% do PIB, e permaneceu em -0,70% do PIB, para 2025.
Já a projeção da dívida pública 'encolheu' de 63,40% para 63,04% do PIB, estável em 67% do PIB para 2025, mas subiu de 69,80% do PIB para 70,50%, para 2026, de 73% para 73,45% do PIB para 2027.