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Melhora de risco fiscal derruba os futuros

Os juros futuros fecharam a terça-feira, 10, em forte queda, num movimento de correção em função da melhora na avaliação de risco fiscal de curto e de longo prazo, respectivamente, via sinalização da Câmara sobre o pacote de corte de gastos e percepção de que o cenário eleitoral estará mais aberto para 2026 caso Lula - que hoje passou por uma cirurgia craniana - esteja fora da disputa. O recuo das taxas se deu na contramão da abertura da curva americana e da leitura negativa do IPCA de novembro.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,37%, de 14,55% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 14,99% para 14,64% (mínima). O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 14,23% (mínima), ante 14,70% ontem.

As taxas toda estiveram em baixa, mas a ponta longa se destacou em função da melhora na percepção de risco fiscal.

A economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa, explica que a curva vinha muito esticada nas últimas duas sessões diante dos temores de que a votação das medidas fiscais ficasse para 2025, reforçados pela decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de rejeitar o pedido do governo sobre emendas parlamentares. "Mas a informação de que o governo vai permitir o pagamento de R$ 6,4 bilhões em emendas aumenta as chances de que alguma coisa passe no Congresso este ano, acalmando os ânimos", disse.

No fim do dia, as taxas voltaram a renovar mínimas, ante a confirmação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, de que o governo iniciaria "amplo processo de liberação de emendas".