Os juros futuros de curto prazo fecharam a sessão em alta e as longas caíram. O mercado experimentou alívio no meio da tarde, após ritmo de alta frenético visto pela manhã em boa medida relacionado às atuações do Banco Central no câmbio.
A melhora começou com um movimento de correção de exageros e, depois, se consolidou com a promessa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que colocará em votação hoje a reforma tributária e um dos projetos do pacote fiscal. Porém, perdeu um pouco do fôlego, com o mercado agora à espera do que efetivamente será aprovado.
As taxas curtas se sustentaram em alta durante todo o dia, mais pronunciada na primeira parte da sessão. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou o tom duro do comunicado da reunião da semana passada e a perspectiva de choque de juros à frente.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 15,11%, de 15,00%, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 15,40% para 15,41%.
O DI para janeiro de 2029, que ontem havia encerrado na máxima histórica, hoje fechou a 15,05% (de 15,11%).
A leitura da ata do Copom confirmou a percepção de que o compromisso do BC de levar a inflação próxima à meta e reancorar as expectativas vai exigir uma "paulada" na Selic, que deve ir além dos 14,25% antecipados nos documentos.
Diante do hiato do produto apertado, do mercado de trabalho aquecido e da desordem fiscal, a aposta en alta de 1,5 ponto porcentual no Copom de janeiro ganhou força, com probabilidade de 70% precificada na curva. Para março, a curva projetava Selic de 16,35%.