Por Marcello Sigwalt
Fabricação de aeronaves, veículos automotores, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos. Estes são exemplos de segmentos de alta tecnologia que cresceram 5%, de janeiro a setembro deste ano, ante o mesmo período de 2023 (a maior alta em seis anos), superando o avanço de 3,3% da indústria de transformação, pelo mesmo comparativo.
Os dados integram o levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com o objetivo de avaliar o desempenho industrial em 2024, levando em conta grupos de intensidade tecnológica, de acordo com a classificação da OCDE, com base no esforço em pesquisa e desenvolvimento (P&D) dessas categorias.
No caso brasileiro, a divisão é composta por quatro faixas: alta, média-alta, média e média-baixa.
De acordo com o economista do Iedi, Rafael Cagnin, "esses ramos de maior intensidade tecnológica congregam atividades de bens duráveis, tanto de consumo quanto de capital. E a expansão vem na esteira dos efeitos do ciclo de redução da taxa de juros no país, que puxou melhora de condições de financiamento", acrescentando que se trata "de um dinamismo de produção que vem condicionado pela introdução de novas tecnologias. Ou seja, o mercado está se expandindo por condições de produtos melhores".
Em que pese a contribuição do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no sentido de impulsionar o segmento de bens de capital, este vem refletindo a tendência crescente de importação de máquinas e equipamentos, a reboque do 'aquecimento' da produção interna.
No impulso ao segmento de bens de capital, pesou a atuação do BNDES pois, embora a importação de máquinas e equipamentos venha subindo, há dinamismo da produção interna.
A Embraer entregou 128 aviões de janeiro a setembro (86 de aviação executiva e 42 de aviação comercial), ante 105, em igual período de 2023. O 'salto' do lucro líquido acumulado da companhia, neste ano, até setembro, que bateu R$ 1,53 bilhão, ante a uma perda de R$ 17,4 milhões, no mesmo período de 2023.
