Por Marcello Sigwalt
Como carro-chefe de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), o setor de energia deverá movimentar até R$ 120 bilhões em 2025, segundo projetou o banco suíço UBS BB, que inclui, nessa conta, recursos adicionais decorrentes de leilões de energia, reformas de empreendimentos operacionais, ampliação da capacidade produtiva e, em menor proporção, expansão da geração.
Em contrapartida, questões como os juros elevados (Selic, hoje a 12,25% ao ano), além de tensões geopolíticas intensas e o fator Donald Trump, sem contar eventuais revisões em políticas comerciais dos EUA, ante à perspectiva de menor liquidez global, renovam incertezas quanto ao impacto no fluxo de investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil.
Ao reconhecer que a economia global poderá enfrentar maiores percalços no próximo ano, o responsável pelo banco de investimento do UBS BB, Anderson Brito acentua que alguns subsetores mais estratégicos, como o de energia, teriam o potencial de se 'desvincular' dessa tendência negativa, mantendo um volume expressivo de transações.
Na previsão de Brito, "esperamos um aumento de 10% a 15% no volume de M&As de 'power utilities' [geração, transmissão e distribuição de energia elétrica] para o Brasil, que deve gerar um volume de cerca de R$ 50 bilhões. Em geração hidrelétrica, existem bons ativos no Brasil e 'players' estratégicos estão reavaliando seus portfólios e têm trazido transações importantes ao mercado. Em transmissão, existem gargalos, poucos ativos e alta demanda de mercado (...).".
Nesse contexto, ele acrescenta que "se incluir óleo e gás, estamos esperando um volume entre R$ 55 bilhões e R$ 60 bilhões em transações. Para o setor todo, a previsão é de movimentação de até R$ 120 bilhões". São exemplos de duas hidrelétricas à venda no Amapá pela portuguesa EDP.