Após ínfimo recuo, IPCA volta a subir

Por

Por Marcello Sigwalt

Após uma redução tão ínfima, quanto efêmera (de 4,64% para 4,63%), da projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024, o indicador inflacionário oficial voltou ao 'normal', isto é, à escalada vista nas últimas semanas, passando de 4,63% para 4,71%, assim se distanciando, ainda mais, do teto da meta de inflação (4,5%), fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

É o que aponta o Boletim Focus, divulgado, nessa segunda-feira (2) pelo Banco Central (BC), após consulta a analistas das 100 maiores instituições financeiras nacionais. No que toca ao chamado 'horizonte relevante' - referência para ajuste na Selic (taxa básica de juros) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) - a inflação estimada para 2025 igualmente cresceu, de 4,34% para 4,40%, para 2026, de 3,78% para 3,81%; e de 3,51% para 3,50%, para 2027.

Confirmando o 'receituário' da 'inflação de demanda', a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) para este ano subiu de 3,17% para 3,22%; mas estabilizou em 1,95% para o ano que vem, o mesmo ocorrendo para 2026 e 2027, que continuaram em 2%.

Também 'imexível' em 11,75% ao ano ficou a expectativa da banca para 2024, mas esta foi elevada, de 12% ao ano para 12,25% ao ano, para 2025, assim subiu, de 10% ao ano para 10,50% ao ano, para 2026, embora manteve a taxa em 9,50% ao ano, para 2027.

Referência para a qualidade (ou não) das contas públicas, a projeção de déficit do resultado primário para este ano foi mantida em - 0,50% do PIB, o mesmo para 2025, que continuou em -0,70% do PIB, e em -0,60% do PIB para 2026. O único recuou coube a 2027, que passou de -0,43% para -0,40%.

Já na dívida pública do setor público, a estimativa para este ano caiu de 63,45% para 63,40% do PIB, mas subiu de 66,83% para 67% do PIB para 2025; assim como para 2026, de 69,50% do PIB para 69,80%, e de 72,80% para 73% do PIB para 2027.

Estável ficou a projeção da balança comercial para 2024, em US$ 75 bilhões, mas recuou de US$ 76,30 bilhões para US$ 76,02 bilhões, para 2025.