Mercado projeta mais aperto monetário
Por Marcello Sigwalt
Os sinais inequívocos de aquecimento da economia tupiniquim - crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre (3T24) - reforçam a expectativa de que o Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central (BC), em sua próxima reunião, nos dias 10 e 11 próximos, deverá elevar, de forma mais acentuada, a Selic (taxa básica de juros), admitem especialistas consultados pelo site IstoÉ Dinheiro que, contam, todavia, com uma 'desaceleração' econômica no curto prazo, o que não demoverá a autoridade monetária de manter o atual receituário de aperto monetário.
Ao comentar o forte alta avanço industrial, o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, atribui tal resultado ao avanço de 1,3% do setor de transformação, beneficiado pela combinação de juros, então, mais baixos, em período anterior ao ciclo altista da Selic, bem como por uma taxa de câmbio mais favorável às exportações.
Em sua análise, Salto assinala que "a dinâmica da demanda, no acumulado em quatro trimestres, mostra forte avanço do consumo das famílias, de 4,5%, com o governo apresentando alta de 2,9% e os investimentos, de 3,7%. As exportações subiram 4,8% e as importações aumentaram mais de 10%. O crescimento puxado pela demanda tende a arrefecer".
O economista da Warren comenta que o 'desempenho bastante robusto' até setembro será alterado, entre o fim de 2024 e o início de 2025. Sua expectativa de Salto é de que o PIB fique acima de 3% em 2024, mas não deve passar de 2% em 2025.