Depois de dois meses de alta, produção industrial recua 0,2%
Recuo de outubro elimina parte do ganho anterior, de 1,2%
Por Marcello Sigwalt
Após exibir crescimento, por dois meses seguidos, a produção industrial brasileira 'encolheu' 0,2% em outubro, ante o mês anterior, eliminando parcialmente o ganho de 1,2%, acumulado no período descrito. Ante outubro do ano passado, porém, o setor avançou 5,8%, marcando uma sequência de cinco altas consecutivas. Igualmente positivas são as elevações no ano (3,4%) e em 12 meses (3%). Com base nesses resultados, o indicador se situa 2,6% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas 14,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Se considerado do ajuste sazonal, no comparativo mensal, as atividades com maior influência negativa foram as de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (com destaque para a redução na produção do álcool). De acordo com o gerente da PIM Brasil, André Macedo, a atividade retrocedeu 2,0% em outubro, após avançar 4,7% em setembro, quando foi interrompido o ciclo de dois meses seguidos de queda - recuo acumulado de 3,4%. Macedo completa, afirmando que "nesse mês, esse segmento foi pressionado negativamente pela menor produção dos itens álcool e gasolina automotiva. Outras contribuições negativas relevantes vieram dos ramos de bebidas e de indústrias extrativas".
Na passagem de setembro para outubro, das 25 atividades industriais pesquisadas, 19 cresceram de produção, como veículos automotores, reboques e carrocerias, com impacto em outubro deste ano, ao subir 7,1%, acima da elevação de 2,8%, em setembro.
"Nesse segmento, observa-se a influência da maior produção de automóveis, caminhões e autopeças, além de resultados positivos em confecção de artigos do vestuário e acessórios; produtos químicos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e de celulose e de produtos de papel", observa o gerente da PIM Brasil.