Recorde, importação de bens de capital cresce 21%
Salto espelha demanda aquecida da área de infraestrutura
Por Marcello Sigwalt
Ao bater novo recorde nos 11 primeiros meses do ano, a importação de bens de capital (máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus), no montante de US$ 32,5 bilhões (R$ 198 bilhões), apresentou salto de 21%, ante igual período de 2023. Mais do que o desempenho excepcional, em si, importa destacar a motivação desse movimento, relacionado à retomada de obras de infraestrutura, nos setores rodoviário, saneamento e de mineração, mas também pela expansão do comércio eletrônico, energia solar e eólica. Em contraste, fabricantes nacionais 'protestam' contra o que chamam de 'invasão chinesa', a despeito do dólar 'caro', hoje no patamar superior a R$ 6.
A demanda aquecida das importações desse segmento, já observada pelos números da balança comercial do país, também confirma a tendência de expansão dos investimentos, apontada pelo IBGE, no cálculo do PIB no terceiro trimestre (3T24).
Outro exemplo do ritmo frenético das compras externas é do segmento de empilhadeiras e plataformas usadas na movimentação de mercadorias, 'puxado' pela 'explosão' do e-commerce. Este ano, até outubro, a importação desses itens totalizou US$ 699 milhões, mais que o dobro de todo 2021.
Igualmente se destacaram as importações de caminhões fora de estrada, usados na mineração, veículos gigantes capazes de transportar 240 toneladas de material, cujas rodas chegam a medir 3 metros de altura, cujas importações somaram US$ 4,1 bilhões até outubro, superando todo o ano de todo 2023. Nesse caso, a maior demanda vem de projetos de expansão de minas, como o P15, da CSN Mineração, que receberá R$ 15,3 bilhões de 2023 a 2028, em Congonhas (MG). Desse total, R$ 750 milhões vão para máquinas e equipamentos, o que permitirá acrescentar sete caminhões fora de estrada à frota da empresa, hoje com 64. Até 2034, serão mais 25.