Cortes não impedem 'explosão' da dívida
Por Marcello Sigwalt
Na direção certa para conter o ritmo de avanço das despesas públicas, mas, ainda, insuficientes para 'atingir' o objetivo de 'interromper' a trajetória de alta da dívida pública. A sentença, nua e crua, foi proferida pelo presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, para quem o "pacote fiscal está na direção correta, mas não basta estar na direção certa, é fundamental chegar ao destino e o destino do quadro fiscal é um só: a interrupção da trajetória de alta da dívida", reforçou.
Para facilitar o entendimento de qualquer cidadão, Sidney fez uma analogia com uma viagem de carro, que demanda uma determinada quantidade para chegar ao destino. Mas para que isso ocorra, segundo ele, esse combustível precisa conter um "plano consistente", no sentido de reduzir o ritmo de crescimento das despesas.
Ao destacar o papel 'colaborativo' à questão pendente da dívida, o presidente da Febraban enfatizou que o setor bancário "não se sente representado numa pesquisa que revela que 90% do mercado reprova a política econômica do governo. Enxergo o setor bancário numa postura colaborativa e com uma atuação de crítica construtiva".
O mercado de crédito já contabiliza expansão de 10,5%, até novembro de 2024, para o próximo, este deve crescer 9,5%.
"Vale acrescentar que o cenário base das nossas projeções para 2025 é de uma expansão ainda forte de 9,5%, mas alguns riscos de baixa entraram no radar dos bancos: eventual deterioração do ambiente macro, com alta ainda maior da Selic e impactos na inadimplência", avalia Sidney.