Votação do Fiscal põe bolsa no 'azul'
Em dia de questionamento sobre a efetividade das intervenções do BC no câmbio, e de críticas do PT à ata do Copom - qualificada por Gleisi Hoffmann como "carta de sequestro da política econômica do governo" -, o Ibovespa, muito descontado, sobrevivia desde cedo ao dólar recorde a R$ 6,20 e ao prosseguimento da pressão na curva de juros.
Ambos os movimentos - no câmbio como na curva de juros - chegaram a ser revertidos por boas notícias trazidas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que prometeu, no meio da tarde, votar ainda hoje projetos relacionados à regulamentação da tributária e ao pacote fiscal - e que, amanhã, será a vez de votar outros dois projetos (PEC e PL) dos cortes de gastos.
Assim, o índice da B3 testou a linha dos 125 mil pontos na máxima da sessão, aos 125.301,37, em alta então de 1,41%, e fechou um pouco mais acomodado, ainda mostrando ganho de 0,92%, aos 124.698,04 pontos, tendo saído de mínima na abertura a 123.560,06. O giro financeiro foi a R$ 30,3 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa ensaia ganho de 0,07%, cedendo 0,77% no mês e 7,07% no ano. O dólar, que tocou mínima a R$ 6,0581 com as declarações de Lira, não sustentou o movimento e fechou em 0,04%, a R$ 6,0961.
"O BC voltou a intervir hoje, com leilão de dólar, e a Câmara pautou votações da tributária e do pacote ainda para esta terça-feira. Veio um pouco de melhora nos ativos domésticos, com o dólar também se afastando das máximas e alguma realização na ponta longa da curva de juros. Houve um suspiro ao longo da tarde, com a equipe econômica indo ao campo de batalha Congresso para tentar segurar a desidratação do pacote fiscal. Aparentemente, a Câmara atendeu o pedido e está tentando dar mais celeridade", diz Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos, acrescentando que o "BC tem usado as armas que pode para tentar, minimamente, diminuir a volatilidade".
"O Banco Central ofertou novos lotes para tentar acalmar o mercado de câmbio, que tem renovado máximas históricas para o dólar frente ao real", diz Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos..