Focus eleva IPCA para 2024 pela quarta vez consecutiva
Boletim do BC aumentou, de 4,89% para 4,91% indicador para este ano
Por Marcello Sigwalt
Em quarta alta consecutiva, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país - elevou, de 4,89% para 4,91% a projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano, patamar cada vez mais distante do teto da meta de inflação, de 4,5%, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No mesmo 'embalo' altista, o indicador oficial de inflação passou de 4,6% para 4,84%, nono aumento seguido, mas foi mantido em 4% para 2026. Para o ano seguinte, este subiu de 3,66% para 3,8%.
Paradoxal com a Selic atual, de 12,25% ao ano, o Focus insiste em manter (pela 3ª vez seguida) a previsão de 11,75% ao ano para a taxa básica de juros, ainda mais com a perspectiva de elevação em dois pontos percentuais (2 p.p.) nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
Retardatário ante à realidade iminente, o mercado financeiro 'inflou' a taxa, de 14% ao ano para 14,75% ao ano, para 2025, enquanto aumentou, de 11,25% ao ano para 11,75% ao ano, para o ano seguinte. Para 2027, a estimativa continuou nos mesmos 10% ao ano, anteriores.
Também 'módica' foi a ampliação de previsão para o PIB deste ano, que passou de 3,42% para 3,49%, de 2,01% para 2,02%, para o ano que vem, mas mantida em 2%, para 2026 e 2027.
Já a expectativa em relação ao investimento estrangeiro no país cresceu de US$ 70,5 bilhões para US$ 70,6 bilhões, mas se estabilizou em US$ 70 bilhões, para 2025, recuando de US$ 75,25 para US$ 74,70 bilhões, para 2026, e despencando de US$ 79,50 bilhões para US$ 76,47 bilhões, em 2027.
Com trajetória crescente, a dívida pública deve fechar este ano em 63,7% do PIB; em 66% do PIB, em 2025; 68,38%, em 2026 e em 70,20% do PIB, em 2027.