Gestão federal petista favorece dólar
Por Marcello Sigwalt
Na contramão do que prega o mandatário convalescente da queda doméstica provocada pelo mesmo (que atribui a culpa ao mercado financeiro), o brasileiro aponta o desacerto das decisões econômicas do Planalto e o descontrole fiscal como causas maiores para a disparada recente do dólar, ainda não totalmente 'debelada', a despeito dos sucessivos de leilões cambiais operados pelo Banco Central (BC), que já 'queimaram' US$ 30,76 bilhões das reservas internacionais do país, o correspondente a 8,49% do estoque total (US$ 362,225 bilhões).
A posição realista do contribuinte está patenteada em pesquisa da consultoria de negócios Timelens, com base em citações feitas nas redes sociais, e em buscas nas plataformas digitais nos últimos 30 dias, perfazendo 54.873 comentários no YouTube e no X.
No detalhe, mais de um terço dos consultados considera que as decisões econômicas do governo foram o fator determinante a alta da moeda ianque (37,2%), sobretudo, após a reação negativa do mercado às propostas do pacote fiscal, que incluem a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil.
Logo em seguida, 26,42% do universo pesquisado aponta o aumento de gastos, sem contrapartidas claras - justamente a maior preocupação do mercado - como causa secundária para o avanço do dólar. Na 3ª posição, com 18,19% das preferências, aparecem as especulações no mercado financeiro.
Numa quarta colocação, para 14,16% do público pesquisado, a 'decolagem' do padrão monetário dos EUA resulta da disseminação de notícias falsas ("fake news"), em especial, aquelas direcionadas ao futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Nas últimas posições, estão a atuação do Congresso Nacional (1,81%); a taxa básica de juros, Selic (0,99%); fatores internacionais (0,49%); as notícias sobre o estado de saúde de Lula (0,41%).
Para o diretor de dados e Analytics na Timelens, Renato Dolci, "os dados mostram que os brasileiros ainda não chegaram a um consenso sobre quem é o verdadeiro culpado pela alta do dólar".