Nova alta do dólar demanda leilão do BC
Por Marcello Sigwalt
Ante à nova escalada do dólar, cuja cotação bateu a casa de R$ 6,24, na tarde dessa segunda-feira (30), que marca o último pregão de 2024, não restou ao Banco Central (BC) outra alternativa, a não ser realizar novo leilão cambial, vendendo ao mercado US$ 1,815 bilhão à vista.
Como atestado da dificuldade enfrentada pela autoridade monetária para preservar o valor do real, após o leilão, às 14h19, a moeda ianque cedeu muito pouco terreno, ao recuar apenas 0,12% a R$ 6,1853 para venda. Durante o certame, o BC aceitou 14 propostas, com uma taxa de corte de 6,1740, entre 13h56 e 14h01.
Desde 12 de dezembro, quando teve início o ciclo de intervenções cambiais, face à deterioração da moeda tupiniquim, a autarquia já 'queimou' US$ 32,59 bilhões das reservas internacionais do país (US$ 21,59 bilhões em leilões à vista e US$ 11 bilhões com compromisso de recompra).
Como efeito colateral da desvalorização cambial, o real avança célere para fechar 2024 como uma das moedas de pior desempenho do mundo, como consequência das preocupações crescentes com o cenário fiscal doméstico, agravados pelo viés favorável ao dólar. Assim, o padrão monetário estadunidense detém alta acumulada de 27% ante à de Pindorama, em 2024.
Nos últimos meses, investidores têm se mostrado cada vez mais receosos com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, particularmente depois do anúncio duplo pelo Executivo no fim de novembro de um pacote de contenção de gastos e de um projeto de reforma do Imposto de Renda.
Nos últimos meses, investidores se mostraram receosos com o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, sobretudo após o anúncio duplo pelo Executivo, feito no fim de novembro, que abrangia um pacote de cortes de gastos, acoplado a um projeto de reforma do Imposto de Renda.
Em que pese a aprovação, pelo Congresso Nacional, dos três projetos do pacote de corte de gastos, o mercado questiona a eficácia das medidas na contenção das despesas e duvidam da determinação federal de reduzir a dívida pública.