Por Marcello Sigwalt
A volúpia do Planalto em 'fazer caixa' para atender compromissos eleitoreiros em 2024, por meio da elevação de despesas no setor de energia, produziu uma conta tarifária adicional de R$ 300 bilhões nas contas de luz, a ser custeada pelo contribuinte, não somente este ano, mas por décadas a fio. A cifra 'colossal' faz parte das projeções feitas pela consultora global da área de energia PSR, em parceria com a Frente Nacional de Consumidores de Energia.
Ao comentar a perspectiva assustadora para o assalariado-eleitor, o presidente da Frente, Luiz Eduardo Barata conta: "A gente passou o ano tentando deter os aumentos se, de um lado, conseguíamos tirar de um projeto de lei, de outro, aparecia numa medida provisória". Como justificativa tecnocrática para o 'assalto a mão armada tarifário', o Ministério de Minas e Energia argumenta que 'atua para garantir segurança energética para o país' (de quem?).
O 'tranco' nas contas já começará a ser percebido pelo usuário, já neste ano, correspondente a uma alta média real de 5% (acima do indicador oficial de inflação, o IPCA) nas tarifas. Segundo o economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), Andre Braz "o IPCA deve fechar em quase 5%, então o reajuste médio da tarifa vai ficar na casa de 10% no ano. Se for tão ruim assim, a gente já larga o ano com um impacto de 0,4 ponto percentual na inflação, que vai sendo captado ao longo de 2025 pelo reajuste contratual de cada empresa".
Como se não bastasse tal 'pacote de maldades' palaciano, conspira contra a renda doméstica dos barnabés nacionais o projeto de lei das eólicas em alto mar (PL das offshores), aprovado pelo Senado com uma série de 'jabutis' (fora da ideia central da proposta), a exemplo de subsídios ao carvão, uma nova conta anual de R$ 21 bilhões até 2050, totalizando R$ 241 bilhões, em valor presente.