Os juros futuros fecharam em queda nesta segunda-feira, 6, ainda em correção de excessos dos prêmios embutidos na curva nas últimas semanas, hoje embalada pela melhora do câmbio. O fator técnico acabou se sobrepondo à piora nas medianas de inflação, juros e câmbio trazidas no Boletim Focus.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,97%, de 15,08% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2027, em 15,34%, de 15,50%. O DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 15,04%, de 15,33%. A exemplo dos últimos dias, o alívio se deu sem respaldo de giro, que manteve-se abaixo da média padrão, pois muitos players ainda estão em recesso.
"Em novembro e dezembro, o movimento foi muito forte, com as taxas precificando Selic acima de 16%. É bastante, mas está corrigindo. O movimento do dólar hoje ajudou. Dá para começar a pensar em aplicar um pouco", resumiu o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano. O dólar à vista caiu 1,13%, para R$ 6,1125.
O apetite ao risco no câmbio que beneficiou também a curva de juros foi atribuído, em boa medida, à reportagem do jornal The Washington Post afirmando que o presidente dos EUA, Donald Trump, restringiria a aplicação de tarifas de importação durante seu governo a alguns setores. Trump negou a informação, à qual chamou de "fake news", o que, porém, não interferiu no bom humor do mercado.
Desde a semana passada, as taxas dos contratos mais líquidos já devolveram até 60 pontos-base, mas ainda seguem em níveis elevados, com o miolo e parte dos vencimentos longos resistindo na casa dos 15%.