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BC 'queimou' US$ 25,3 bi das reservas

Por Marcello Sigwalt

A título de conter a disparada do dólar, na reta final de 2024, o Banco Central (BC) não encontrou outra alternativa, a não ser 'queimar' 7,1% das reservas internacionais do país, atualmente em US$ 329,7 bilhões, montante US$ 25,3 bilhões inferior ao registrado em 31 de dezembro de 2023.

O 'tombo' no chamado 'colchão de segurança' de defesa do real se deve à venda de dólares pela autoridade monetária, que injetou no mercado à vista US$ 32,574 bilhões, por meio de intervenções cambiais extraordinárias. Ao todo, foram realizados 14 leilões, dos quais, nove com oferta de dólares e os cinco restantes, com compromisso de recompra.

Se considerada somente a venda à vista, o total atingiu US$ 21,574 bilhões em dezembro, o que representa o maior leilão da modalidade, desde o início da vigência do sistema de câmbio flutuante, em 1999, quando foram ofertados R$ 5 bilhões em apenas uma vez. Já pelos leilões de linha, o BC ofertou US$ 11 bilhões em dinheiro novo ao mercado. A estratégia da autarquia visa aumentar a oferta da moeda ianque, derrubando, com isso, seu viés altista.

A despeito da afirmação do então presidente do BC, Roberto Campos Neto, há algumas semanas, de que a autarquia dispunha de 'muita reserva e que atuaria, quando necessário', ante à eventual alta do dólar, o fato é que ninguém no mercado sabe até quando a volatilidade do dólar continuará, sob a 'batuta' protecionista do presidente Donald Trump. As reservas resultam de vendas do comércio exterior, investimentos financeiros em bolsa e investimentos diretos.