Por Marcello Sigwalt
Expressão da fatura paga pelo comércio, face ao aperto monetário crescente - Selic no patamar atual de 12,25% ao ano - operado pelo Banco Central (BC), as vendas do varejo nacional recuaram 0,4% em novembro último, ante outubro, quando cresceram 0,4%, para o mês anterior.
Apesar do recuo, o setor acumula elevação de 5% no ano, de 0,3%, pela média móvel trimestral em outubro e de 0,2%, pelo mesmo critério, em novembro. Levando em conta o acumulado dos últimos 12 meses, o indicador exibiu alta de 4,6%, igualmente em novembro de 2024.
Esses dados constam da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada, nessa quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o gerente da PMC, Cristiano Santos, "o setor de móveis e eletrodomésticos foi o que teve maior queda em novembro. Nos últimos quatro meses, a atividade obteve três quedas (-1,8% em agosto, -3,7% em setembro e -2,8% em novembro) e uma alta (7,8% em outubro). Essa alta registrada em outubro, porém, foi muito intensa, e esteve ligada à antecipação de promoções relacionadas à Black Friday".
Igualmente sentindo o 'golpe dos juros', o comércio varejista ampliado - varejo, veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado especializado de produtos alimentícios, bebidas e fumo - o volume de vendas 'encolheu' 1,8%, de outubro a novembro, enquanto a média móvel trimestral do varejo ampliado apresentou estabilidade (0,0%) no trimestre encerrado em novembro, após subir 0,4% em outubro.
Das oito atividades pesquisadas, cinco recuaram: móveis e eletrodomésticos (-2,8%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%); livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, (-0,1%).