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Selic dará 'salto' com 'populismo fiscal'

Por Marcello Sigwalt

O 'populismo fiscal' patrocinado pelo governo federal, que descambou na desvalorização cambial acentuada dos últimos meses, deverá obrigar o Banco Central (BC) a elevar os juros (Selic), a 'patamares' que os brasileiros consideraram 'esquecidos', ou seja, 'exorbitantes'.

A previsão sombria foi disparada pelo principal executivo (CEO) e executivo-chefe de investimentos (CIO) da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, ao ressalvar que esse 'preço alto' da conta monetária tupiniquim seria ainda maior, "não fosse pela forte intervenção do Banco Central (BC) no mercado à vista (do dólar).

Em um ano, considerado difícil para a indústria de multimercados para especialistas, o fundo Verde auferiu ganhos de 2,20% em dezembro, encerrando 2024 com valorização de 12,10%, acima dos 10,87% do CDI.

Ao destacar que o ambiente enfrentado pelo fundo 'seguiu desafiador para os mercados brasileiros, no último mês do ano, Stuhlberger acentuou que "a reiterada opção pelo populismo fiscal revelada em novembro cobra um preço alto, e se não fosse a forte intervenção do BC no câmbio, teria sido maior ainda". Ele ainda acrescenta que "a sazonalidade do mês de dezembro sempre mostra saídas cambiais, mas neste último mês isso foi exacerbado pelo pessimismo generalizado que se abateu sobre os agentes econômicos. A intervenção, em grande escala, atenuou os efeitos imediatos das saídas, mas não pode ser mantida nessa toada", adverte.

Para o CEO, "o modelo econômico de acelerador fiscal com freio monetário segue em direção ao muro".