Pela 12ª vez seguida, Boletim Focus eleva IPCA para 2025

Indicador sobe de 4,96% para 4,99%; PIB 'patina', indo de 2,01% a 2,02%

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Por Marcello Sigwalt

Pela décima segunda vez consecutiva, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - projetou alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), agora de 4,96% para 4,99%, o que consolida o distanciamento em relação ao teto da meta de inflação (4,5%), fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O caráter linear da escalada inflacionária pode ser atestado pela elevação do indicador para 2026 (de 4,01% para 4,03%) e para 2027 (de 3,83% para 3,90%).

Em contraste com o avanço firme da carestia neste ano, o PIB dá sinais claros de ter perdido o 'fôlego', subindo marginalmente, de 2,01% para 2,02%. Nos anos subsequentes, a expectativa estacionou nos mesmos 1,80% e 2% anteriores, para 2026 e 2027, respectivamente.

A grande novidade da pesquisa da autarquia é a 'saída da inércia' da Selic (taxa básica de juros), que subiu de 14,75% ao ano para 15% ao ano, ao passo que para 2026, a estimativa se manteve em 12% e em 10% para 2027.

O resultado primário neste ano continuou em déficit de 0,60% do PIB, mantido em -0,50% do PIB para 2026 e em -0,30% do PIB para 2027.

A dívida líquida do setor público para 2025 baixou de 67% do PIB para 66,95% do PIB, ficando em 70,80% do PIB para 2026, mas subiu de 74,05% do PIB a 74,10% do PIB, para 2027.

Em 'colisão' com as previsões otimistas do MDIC, nesta segunda-feira (6) - de um superávit de até US$ 80 bilhões neste ano - a projeção do mercado é de que o saldo positivo da balança comercial em 2025 caia de US$ 74,29 bilhões para US$ 74,20 bilhões, recuando de US$ 78 bilhões para US$ 77,95 bilhões, em 2026 e ficando estável em US$ 80 bilhões, no ano seguinte. O Investimento Direto no País (IDP) em 2025 caiu para US$ 70 bilhões.