Aversão ao risco 'turbina' os futuros
Os juros futuros terminaram o dia em alta, respondendo à aversão ao risco que afetou ativos de economias emergentes. Houve ainda um movimento de correção após três sessões seguidas de baixa, estimulado especialmente pelo leilão expressivo de papéis prefixados, o maior dos últimos 18 meses.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,90%, de 14,83% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 15,01% para 15,13%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 15,01%, de 14,83%.
O comportamento das taxas locais contrariou a curva americana. Os yields dos Treasuries subiam pela manhã, com dados de atividade acima do esperado, mas caíram após discurso "dovish" do governador do Federal Reserve, Christopher Waller. No fim da tarde, o rendimento da T-Note de dez anos rodava abaixo de 4,60%.
A percepção nas mesas de renda fixa é que depois do volume de prêmios devolvidos durante a semana, o dia era propício a um ajuste técnico, turbinado pela operação do Tesouro, que ofereceu 20 milhões de LTN e 5 milhões de NTN-F.
Os lotes tiveram demanda praticamente integral - venda de 19,05 milhões de LTN. Segundo a Necton Investimentos, a última vez em que o Tesouro colocou uma oferta dessa magnitude foi em 6 de junho de 2023.
"A alocação foi quase total no leilão (96%), com exceção da LTN 2026, que teve 68% de aceitação. Destacamos a diminuição das taxas para patamares mais próximos de 15%, refletindo a melhora recente no humor do mercado", segundo avaliação dos profissionais da XP Investimentos.