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Boletim Focus eleva IPCA pela 19ª vez consecutiva

Por Marcello Sigwalt

Pela 19ª vez seguida, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - projetou alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), agora elevado de 5,60% para 5,65% para 2025, o que consolida a perspectiva de mais um estouro na meta de inflação (estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional), cujo teto é de 4,5%.

Mas o que mais preocupa é o fato de a projeção do chamado 'horizonte relevante', 2026, igualmente ter apresentado elevação, de 4,35% para 4,40%. Aqui, o mais importante não é o avanço percentual, mas o viés altista em si. Em contraponto à previsão expansionista da carestia, houve estabilidade para 2027 (4%) e recuo pífio, de 3,80% para 3,79%, para 2028.

Enquanto a perspectiva de avanço inflacionário se mantém firme, a 'paralisia' parece ter dominado a expectativa da 'banca', no que toca à economia, uma vez que o PIB esperado, tanto para este ano, quanto para o próximo, ficou 'imexível', em 2,1% e 1,7%, respectivamente.

No que se refere ao comportamento da Selic (taxa básica de juros), o 'imobilismo' se consolidou, ao ser mantida em 15% ao ano para 2025; em 12,50% ao ano, para 2026 e em 10,50% ao ano, para 2027.

No plano do comércio exterior, houve melhora, de U$ 76 bilhões para US$ 76,7 bilhões da previsão de superávit da balança comercial este ano, o mesmo valendo para o próximo, que subiu de US$ 78,3 bilhões para US$ 78,6 bilhões de superávit. Já a estimativa de entrada de investimento estrangeiro direto (IED) se manteve nos mesmos US$ 70 bilhões anteriores para 2025, e em US$ 75 bilhões para 2026.

A dívida líquida do setor público (DLSP), em relação ao PIB em 2025 baixou de 66,10% para 65,95%. Um mês antes, era de 66,40%. A estimativa para 2026 passou de 70,73% para 70,50%. Quatro semanas atrás, estava em 70,80%.