A leve alta nos juros futuros longos reflete o receio do mercado de que o governo federal afrouxe a política fiscal para conter a queda de popularidade, apontada nesta terça-feira em pesquisa do CNT.
Já as taxas mais curtas conseguiram seguir o movimento da curva dos Treasuries e cederam, embora com certa resistência porque os núcleos do IPCA-15 seguiram em nível preocupante. O leilão do Tesouro, que teve lote e risco menor, foi um fator positivo.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu a 14,585%, de 14,634% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2027 cedeu para 14,47%, de 14,51%. Já a taxa para janeiro de 2029 subiu para 14,41%, de 14,36% no ajuste de ontem.
A reprovação ao governo atingiu a pior marca desde janeiro de 2023 segundo pesquisa de avaliação de governo CNT. A soma das avaliações "péssimo" e "ruim" é de 44%, tendo crescido 13 pontos porcentuais desde a rodada anterior do levantamento, em novembro de 2024.
"Nova pesquisa confirmou o que outras já estavam apontando: a popularidade de Lula recuando, e com isso há preocupação de como o governo vai reagir - se vai gastar mais, injetar mais dinheiro na economia para tentar estancar essa queda na popularidade, ou se vai buscar um controle fiscal. Mas risco é para expansão fiscal", comenta o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno.
Nesta tarde o presidente Lula se reuniu com ministros para discutir a inflação de alimentos, mas a proposta para taxar exportações teve ampla rejeição interna, mostrou o Broadcast Agro.