Por Marcello Sigwalt
Mais por um efeito sazonal, o grande volume de vencimentos de títulos prefixados e de papéis emitidos no exterior foi o grande responsável pela redução 'tímida' da Dívida Pública Federal (DPF), que baixou de R$ 7,316 trilhões, em dezembro do ano passado, para R$ 7,253 trilhões, em janeiro último, uma queda de 0,87%. Ainda assim, o indicador de endividamento se mantém, firme e forte, no patamar elevadíssimo superior a R$ 7 trilhões, desde junho de 2024.
Até mesmo para o governo, a queda observada está abaixo do previsto, uma vez que o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado no início deste mês, a estimativa é de que o estoque deve fechar o ano entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
No que se refere à Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi), esta caiu 0,23%, no comparativo mensal, de R$ 6,967 trilhões para R$ 6,176 trilhões em janeiro, quando os resgates de títulos pelo Tesouro superaram as emissões em R$ 79,97 bilhões, sobretudo, em papéis prefixados. Tal recuo teria sido parcialmente compensado pela apropriação de R$ 63,97 bilhões em juros.
Também no mês passado, o Tesouro emitiu R$ 145,39 bilhões em títulos da DPMFi, o volume mais elevado, desde maio do ano passado. Devido ao elevado volume de vencimentos em janeiro, porém, os resgates somaram R$ 255.28 bilhões, montante mais alto, desde agosto do ano passado.
No mercado externo, a queda do dólar e o vencimento de títulos no exterior contribuíram para baixar o endividamento do governo.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 13,57%, ao cair de R$ 349,19 bilhões em dezembro para R$ 301,81 bilhões em janeiro, por conta do vencimento de US$ 5 bilhões (R$ 29,92 bilhões) no fim de janeiro e o recuo de 5,85% da moeda norte-americana no mês passado.