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Cotação do dólar tem a maior queda em dois anos e meio

Por Marcello Sigwalt

A valorização do real, quem diria, antes que mérito da perdulária gestão fiscal tupiniquim, teve uma 'ajudinha' providencial do início truculento do governo protecionista de Donald Trump, cujas ameaças estão 'detonando', mundo a fora, as cotações do dólar.

Prova disso, a moeda ianque fechou a sessão dessa quarta-feira (5) em seu menor valor em dois anos e meio, a R$ 5,756 para venda (recuo de R$ 0,16 ou 2,71%), praticamente erradicando o ganho acumulado por este, em fevereiro.

A notícia inesperada acabou trazendo alívio ao investidor nacional, pois a unidade monetária estadunidense operou em baixa durante toda a sessão, refletindo, também, à percepção dominante de sinais que apontam a desaceleração da economia dos EUA, a maior do planeta.

O tombo do dólar é o maior, desde 3 de outubro de 2022, quando este tinha caído 4,03% no dia seguinte ao primeiro turno das eleições presidenciais. Somente este ano, a queda acumulada chega a 6,86%.

Do ponto de vista macroeconômico, continua pesando contra a moeda estadunidense os reflexos negativos do tarifaço anunciado pelo republicano, reforçados pela aparente hesitação da Casa Branca em matéria comercial, após o anúncio de manter, por um mês, ao menos, a isenção sobre automóveis importados do Canadá e do México.

De acordo com Washington, a medida protelatória sucede a entrada em vigor, a partir dessa terça-feira (4), de tarifas de 25% sobre todos os produtos dos dois países, sem contar uma taxa adicional de 10% sobre todas as importações da China. Em retaliação, as nações citadas prometem aplicar novas tarifas contra os EUA.

Do ponto de vista doméstico, no mercado de ações, houve menor otimismo foi menor, uma vez que o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 123.047 pontos, com alta de 0,2%.