Com Petrobras (ON -0,75%, PN -1,04%) ainda na defensiva apesar da estabilização do petróleo na sessão, o Ibovespa buscou um segundo dia de leve avanço, e chegou a hesitar em direção ao fechamento, acima da estabilidade ( 0,25%), aos 123.357,55 pontos, com giro a R$ 21,7 bilhões. O dia foi misto para os grandes bancos, e de ganho firme para Vale ON ( 1,10%), a principal ação do índice, assim como para outros nomes do setor metálico, como Gerdau (PN 1,20%). Entre a mínima e a máxima, o Ibovespa oscilou dos 122.680,93 pontos aos 124.111,92 pontos, saindo de abertura aos 123.047,53. Na semana e no mês, sobe 0,45% e, no ano, avança 2,56%.
Vindo de quatro sessões de correção, os preços do petróleo obtiveram leve alta nesta quinta-feira em Nova York e Londres, após a China prometer mais estímulos à economia - o que favoreceu as cotações do minério de ferro em Cingapura, mas não em Dalian, no fechamento do dia. A recuperação de preços das commodities, no plano mais amplo, é restringida pelo protecionismo comercial ensaiado pelos EUA.
No exterior, prevaleceu nesta quinta-feira a preocupação com a desaceleração da atividade econômica dos EUA, refletida nos dados divulgados ao longo da semana, observa Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. "Houve uma reversão na previsão do PIB americano pelo Fed de Atlanta: a nova estimativa aponta contração de 1,5%, contrastando com alta de 2,3% projetada há poucas semanas", diz.
Ele acrescenta que as fracas leituras nas pesquisas de confiança do consumidor nos EUA, somadas à baixa criação de vagas no setor privado (relatório ADP) divulgada ontem, contribuem para fomentar temores quanto a um possível cenário de recessão na maior economia do mundo - uma questão que o mercado já havia considerado "superada", ressalta Shahini.
"Apesar das incertezas, o Ibovespa conseguiu se descolar do contexto externo, muito tenso nos EUA, com os receios em torno de guerra comercial e de recessão, o que afeta o humor dos investidores", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.