A produção industrial abaixo do esperado reforçou a tese de que a economia brasileira está passando por um processo de desaceleração, o que apoia o fechamento da curva de juros nesta terça-feira. O enfraquecimento do dólar, após Ontário suspender sobretaxa em eletricidade aos Estados Unidos, e o leilão do Tesouro com lote e risco menor para o mercado também contribuíram para o alívio.
Por volta das 17h15, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 recuava para 14,715%, de 14,799% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 cedia para 14,540%, de 14,704%, e o para janeiro de 2029 caía para 14,485%, de 14,699% no ajuste da segunda-feira.
"Hoje saíram dados de produção industrial do Brasil, abaixo das estimativas. Há algumas semanas, boa parte dos dados de atividade têm surpreendido para baixo, então, com sinais mais claros de desaceleração econômica, as taxas de juros acabam caindo", afirma o estrategista-chefe da Constância Investimentos, Carlos Eduardo Mello e Paiva.
A produção industrial ficou estável em janeiro ante dezembro, abaixo da mediana Broadcast de aumento de 0,4%. No comparativo anual, houve alta de 1,4%, também abaixo da mediana de 2,0%.
Monitorando os dados mais fracos de atividade, o mercado volta a discutir até que nível o Banco Central (BC) pode subir a taxa Selic, segundo o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa. "A curva de juros precifica Selic terminal em torno de 15%, em alguns momentos da sessão de hoje foi até um pouco abaixo", comenta. O ramo de tarifas têm sido um ponto de incerteza para mercados globais.