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Copom eleva taxa básica de juros (Selic) para 14,25% ao ano

Por Marcello Sigwalt

"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista".

Com base em tais argumentos, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) elevou, como já precificado pelo mercado financeiro, em um ponto percentual a Selic (taxa básica de juros), que passou ao patamar de 14,25% ao ano - 5ª alta seguida. Ao anunciar a medida, o comitê adiantou que pretende aplicar novo aumento no indicador, embora de menor magnitude, na próxima reunião do colegiado, prevista para os dias 6 e 7 de maio.

Como justificativa adicional para essa nova elevação da taxa básica, o Copom "entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".

Em seu comunicado, o comitê reiterou que "segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes".

Quanto á 'magnitude total' do ciclo de aperto monetário, o colegiado afirmou que esta "será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta, e da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".