Por Marcello Sigwalt
"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista".
Sob este argumento, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) - conforme consta da ata divulgada nessa terça-feira (25) - decidiu, por unanimidade, elevar em um ponto percentual (de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano) a Selic (taxa básica de juros), por "entender que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, além de implicar 'suavização' das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego". Nesse aspecto, o comitê prevê novo aumento da Selic, mas em menor magnitude, em sua próxima reunião, em maio.
Ainda que observe que "alguns indicadores mais recentes, como de serviços, indústria ou população ocupada têm indicado moderação de crescimento após extraordinária resiliência no mercado de trabalho e na atividade econômica", o colegiado admitiu que "as expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, elevaram-se novamente em todos os prazos".
O comitê acrescenta que "a desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida".